O falecimento do Papa Francisco, ocorrido em 21 de abril de 2025, trouxe à tona discussões sobre o patrimônio do Vaticano. Jorge Mario Bergoglio, conhecido por sua crítica às desigualdades sociais, liderava uma instituição frequentemente associada ao poder e à riqueza. Essa dualidade levanta questões sobre a real dimensão das finanças do Vaticano, um pequeno Estado localizado no coração de Roma.
O Papa recebia salário? Quando ele deixou?
O Papa Francisco não recebia um salário fixo. Como membro da Companhia de Jesus, ele fez voto de pobreza, o que significa que não possuía bens pessoais nem recebia remuneração pelo cargo de líder da Igreja Católica. Em entrevistas, ele afirmou que, quando precisava de algo, como sapatos, solicitava diretamente, pois sabia que suas necessidades seriam atendidas pela Santa Sé.
Todas as despesas do Papa Francisco — incluindo moradia, alimentação, transporte e cuidados médicos — eram custeadas pelo Vaticano. Ele residia na Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, em vez do tradicional Palácio Apostólico, adotando um estilo de vida simples e voltado à austeridade.
Após sua morte, foi revelado que seu patrimônio pessoal era praticamente inexistente, com cerca de 100 dólares (aproximadamente 87 euros). Ele não possuía contas bancárias nem bens em seu nome, refletindo seu compromisso com o voto de pobreza.

Como o Vaticano paga seus bens e qual é o papel da APSA?
O Vaticano, sendo um estado soberano, realiza seus pagamentos por meio de um sistema financeiro e bancário próprio, istrado pela istração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA). A APSA gerencia uma série de ativos financeiros e propriedades, tanto dentro do Vaticano quanto fora dele. A APSA desempenha um papel crucial na istração dos bens da Igreja, gerindo mais de cinco mil propriedades, das quais 4,2 mil estão na Itália.
Além disso, a APSA é responsável por garantir que os recursos sejam utilizados de forma a apoiar a missão do Papa e da Igreja, equilibrando as necessidades espirituais e materiais da instituição.
Como funciona o Banco do Vaticano?
O Instituto para Obras de Religião, popularmente conhecido como Banco do Vaticano, também é uma peça fundamental no quebra-cabeça financeiro da Santa Sé. Em 2023, o banco reportou uma receita líquida de 30,6 milhões de euros e gerenciava ativos no valor de 5,4 bilhões de euros. O banco desempenha um papel vital no e às atividades religiosas e caritativas da Igreja em todo o mundo.
O Banco do Vaticano é frequentemente alvo de escrutínio devido à sua história complexa e à necessidade de transparência em suas operações. No entanto, ele continua a ser um pilar financeiro essencial para a Igreja Católica.
O que o futuro reserva para as finanças do Vaticano?
O futuro das finanças do Vaticano dependerá de sua capacidade de equilibrar tradição e modernidade, transparência e privacidade. A gestão cuidadosa dos recursos e a adaptação às mudanças econômicas globais serão fundamentais para garantir que a Igreja continue a cumprir sua missão espiritual e social.
Com a transição de liderança, novas diretrizes podem surgir, mas o compromisso com a missão central da Igreja provavelmente permanecerá inalterado. O desafio será encontrar maneiras inovadoras de sustentar suas atividades enquanto se mantém fiel aos seus princípios.