O Brasil tem se destacado como uma potência global no cenário dos esports, atraindo atenção não apenas por sua base de fãs, mas também pela estrutura financeira e patrocínios robustos. O país é um celeiro de talentos, com jogadores brasileiros sendo procurados por equipes internacionais para competirem em campeonatos de alto nível. No entanto, a jornada para alcançar o topo é repleta de desafios, incluindo a necessidade de estruturar equipes competitivas e superar adversários mais estabelecidos.
O mercado de esports no Brasil está em plena expansão, com um potencial significativo para crescimento. De acordo com a Pesquisa Game Brasil de 2024, uma parcela considerável da população brasileira está conectada aos esportes eletrônicos, seja jogando ou assistindo a eventos. Este cenário promissor é impulsionado por uma série de campeonatos realizados no país, destacando jogos populares como Counter Strike 2, VALORANT, Free Fire e PUBG, que possuem uma base sólida de jogadores devido à sua disponibilidade em dispositivos móveis.
Quais são os desafios enfrentados pelos jogadores de esports no Brasil?
Apesar do potencial de crescimento, os jogadores de esports no Brasil enfrentam uma série de desafios. Um dos principais obstáculos é a percepção cultural de que os jogos são apenas uma forma de lazer, o que pode dificultar o apoio familiar e social necessário para seguir uma carreira na área. Além disso, os patrocínios têm se tornado escassos, e muitos contratos não oferecem segurança empregatícia, levando a frequentes disputas judiciais.
Outro desafio significativo é a burocracia envolvida na participação em torneios internacionais. A obtenção de vistos, por exemplo, pode ser um processo complicado e demorado. Se destaca as dificuldades enfrentadas pelas equipes para competir em torneios fora do país, ressaltando a falta de contratos formais e a incerteza sobre o futuro dos jogadores.
Um exemplo disso é a FURIA, atualmente uma das principais organizações do VALORANT brasileiro, que enfrentou no início deste ano um desafio inesperado às vésperas do evento de esports “VCT 2025: Americas Kickoff”, em Los Angeles. Os jogadores brasileiros enfrentaram grandes problemas no processo de vistos americanos da equipe, forçando a org competitiva a usar jogadores suplentes americanos na estreia da competição.

Como têm sido o papel do poder público e a profissionalização dos esports?
A relação entre o setor de esports e o poder público no Brasil é complexa. A ex-ministra dos Esportes, Ana Moser, expressou uma visão de que os esportes eletrônicos são uma forma de entretenimento, e não um esporte tradicional, o que impacta a alocação de recursos e investimentos governamentais. Essa visão contrasta com a opinião de especialistas do setor, que defendem a necessidade de um reconhecimento mais formal dos esports como uma modalidade esportiva.
Leandro Montoya, diretor de esports para a América Latina da Ubisoft, destaca a importância da profissionalização dos torneios e do fomento às competições de base. Ele acredita que a maturação do mercado está diretamente ligada à criação de um caminho claro para o desenvolvimento de carreiras nos esports, o que poderia ser facilitado por incentivos fiscais e benefícios governamentais.
Qual o futuro dos esports no Brasil?
O futuro dos esports no Brasil parece promissor, com um mercado em expansão e uma base de fãs crescente. Para que o país continue a se destacar no cenário global, será crucial superar os desafios atuais e fomentar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento de talentos. Isso inclui não apenas o apoio do poder público, mas também a conscientização social sobre o potencial dos esportes eletrônicos como uma carreira viável e lucrativa.
Com o tempo, espera-se que a percepção sobre os esports evolua, permitindo que o Brasil consolide sua posição como uma potência global no setor. A profissionalização e o reconhecimento formal dos esports como uma modalidade esportiva são os essenciais para alcançar esse objetivo, garantindo que os jogadores brasileiros continuem a brilhar nos palcos internacionais.