Em uma decisão importante, a Justiça do Distrito Federal declarou ilegal o uso de bloqueio remoto de celulares como garantia em empréstimos. As companhias têm 15 dias para retirar os aplicativos de bloqueio, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
A sentença também questiona as altas taxas de juros praticadas, consideradas excessivas. Com tarifas de até 18,5% ao mês, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) identificou um desequilíbrio contratual que prejudica os consumidores, especialmente os de baixa renda, ao limitar o o a serviços e restringir a comunicação.
Origem do bloqueio de celulares nos tribunais
Embora não seja uma novidade, o bloqueio de celulares como garantia de empréstimos ganhou notoriedade em 2024, ao viralizar nas redes sociais. Um caso emblemático foi o de uma senhora que teve seu celular bloqueado, causando grande indignação pública. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entraram com uma ação civil pública contra as referidas empresas.
O TJDFT determinou que SuperSim e Socinal não podem mais exigir a instalação de aplicativos para bloqueio remoto de celulares, devendo removê-los das lojas em 15 dias, sob pena de multa. A decisão reflete uma preocupação crescente com práticas financeiras prejudiciais aos consumidores mais vulneráveis.
Impactos para os consumidores
A decisão do TJDFT representa uma vitória para os consumidores, especialmente os de baixa renda que dependem de celulares para serviços essenciais. Mesmo que parcial, o bloqueio dos dispositivos pode prejudicar gravemente a vida diária, limitando o uso de aplicativos de comunicação e bancários.
A decisão judicial ressalta a necessidade de proteger os consumidores de práticas financeiras predatórias. As elevadas taxas de juros são um exemplo de como contratos podem ser prejudiciais, perpetuando um ciclo de endividamento.

Posicionamento das empresas envolvidas
A SuperSim, em resposta à decisão, declarou intenção de recorrer, alegando cumprimento das leis vigentes. Afirmou compromisso com a inclusão financeira das classes C e D, apesar das críticas à prática de bloqueio como um tipo de coerção digital.
O Idec comemorou a decisão como uma conquista contra práticas exploratórias e enfatizou a proteção dos direitos dos consumidores em um mercado financeiro digitalizado.
Futuro dos empréstimos com garantia de bloqueio de celular
Com a decisão judicial, o futuro dos empréstimos com bloqueio de celulares como garantia é incerto. As empresas precisarão buscar soluções que não prejudiquem os consumidores ou enfrentem sanções legais. Este cenário pode estimular práticas financeiras mais justas e transparentes, beneficiando tanto instituições quanto consumidores.
Com a digitalização crescente dos serviços financeiros, é essencial que as regulamentações avancem junto às inovações para assegurar que os consumidores tenham o a produtos financeiros seguros e justos. A decisão do TJDFT representa um o importante nesse sentido, promovendo um mercado mais equilibrado e justo para todos.