Campinas, uma das principais cidades do interior de São Paulo, enfrenta um desafio significativo em relação às ilhas de calor. Essas áreas urbanas apresentam temperaturas mais elevadas em comparação com as regiões circundantes, principalmente devido à presença de materiais como asfalto e concreto que retêm calor. Segundo dados da plataforma UrbVerde, Campinas é a cidade do interior paulista mais vulnerável a esse fenômeno, ocupando a quarta posição no estado.
A plataforma UrbVerde é uma ferramenta essencial para identificar áreas críticas nas cidades, especialmente aquelas onde populações mais sensíveis, como idosos e crianças, estão expostas a temperaturas elevadas. Além de analisar a cobertura vegetal e a temperatura, a plataforma também considera indicadores sociais, como renda, gênero e raça, para fornecer uma visão abrangente da vulnerabilidade ambiental.
Como as ilhas de calor afetam Campinas?
De acordo com o mapeamento de 2021, Campinas apresenta oito níveis de ilhas de calor, com uma temperatura média da superfície de 30 °C. A temperatura máxima registrada foi de 45ºC, e a diferença entre a temperatura mais quente e a mais fria chegou a 8 °C. O coeficiente de ilhas de calor, que mede a exposição da população ao calor extremo, é de 84,8 em uma escala de 0 a 100, indicando uma alta vulnerabilidade.
As regiões mais afetadas em Campinas incluem Vila Costa e Silva, Vila Miguel Vicente Cury, Jardim Santa Mônica, Vila Padre Anchieta e Campo Grande. Nessas áreas, a combinação de alta densidade populacional e infraestrutura urbana contribui para o aumento das temperaturas.

Quem são os mais impactados pelo calor extremo?
O calor extremo afeta de maneira desproporcional diferentes grupos demográficos em Campinas. Segundo a plataforma UrbVerde, 36% das pessoas mais afetadas são mulheres, 22% são negros e indígenas, 15% são crianças e 11% são idosos. Esses grupos são mais vulneráveis devido a fatores socioeconômicos e de saúde, que podem ser exacerbados pelas altas temperaturas.
Quais são as soluções para mitigar as Ilhas de Calor?
Para mitigar os efeitos das ilhas de calor, é essencial aumentar a cobertura vegetal e melhorar a infraestrutura urbana. Em 2021, Campinas tinha uma cobertura vegetal de 18,53%, o que equivale a 514,40 m² por habitante. No entanto, a área de praças por habitante era de apenas 1,06 m², indicando a necessidade de mais espaços verdes.
- Plantio de Árvores: Aumentar o número de árvores nas áreas urbanas pode ajudar a reduzir as temperaturas e melhorar a qualidade do ar.
- Desenvolvimento de Parques: Criar mais parques e espaços verdes íveis à população pode proporcionar áreas de refúgio durante ondas de calor.
- Infraestrutura Sustentável: Investir em materiais de construção que refletem o calor em vez de absorvê-lo pode ajudar a reduzir a temperatura nas cidades.
Campinas enfrenta um desafio significativo com as ilhas de calor, mas com estratégias eficazes e colaboração entre governo, comunidades e especialistas, é possível criar um ambiente urbano mais sustentável e resiliente.