postado em 25/08/2010 08:15
Seiscentos e 10 pacientes de gaucher, uma doença rara que pode levar à morte, foram pegos de surpresa com a aquisição de 54.400 frascos do medicamento taliglucerase alfa feita recentemente pelo Ministério da Saúde. O remédio substituirá o imiglucerase, droga utilizada até o momento com boa resposta. O motivo da compra realizada sem licitação no valor de R$ 57,8 milhões é que a única fabricante do medicamento tradicional, a Genzyme, sofreu um problema de contaminação em seus tanques e não poderá, segundo documentos apresentados pela pasta, fornecer as doses que o Brasil precisa. A empresa, porém, afirmou por meio de nota que há ;disponibilidade imediata; do remédio.
;O ministério está tranquilo com a decisão tomada numa crise mundial em que não temos o produto mundialmente fornecido;, diz José Miguel do Nascimento Junior, diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Ele diz estranhar o fato de a Genzyme, ;depois de publicada a compra com a outra empresa;, dizer que pode fornecer o medicamento. ;Antes, eles haviam informado que só poderiam entregar 30%;, critica. Para Maria Cecília Oliveira, presidente da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves, seria melhor comprar a parcela disponível do remédio tradicional e completar o resto da demanda com a droga miglustate, aprovada pela Anvisa desde 2005. ;O paciente será feito de cobaia, com um medicamento sem aprovação, e o ministério ainda vai pagar por isso?;, questiona.
Genética
A doença de Gaucher é uma enfermidade genética relacionada com o metabolismo dos lipídios. As principais características são um aumento do fígado e do baço, anemia, diminuição do número de plaquetas e problemas ósseos.